29.1.08

(a biblioteca)

As folhas dançam com o vento.
O entorno é azul céu adentro.
A sombra da copa está alagada.
É de uma água fresca que sobrou da chuva,
neste mini vale.
O lago inventado descansa os olhos do calor,
nem me fale.

Então o calor não pesa, alivia a respiração do frio
do cheiro de grama molhada.
E o chão é macio.
Não é homogêneo, nada cansa. Não cansa nada. Nem um pouco.
Pode deitar, correr, repetir, descer. Pode, até ficar rouco.
Como no livro do sapinho ou da Dona Tal que estava escrito, da página que tinha relevo ou,
quando virava, um personagem subia.
E tinha mais, e tinha um torto. E depois, era um atrás do outro... que eu nem sabia.
História de bicho que fala, menino que voa,
viagem sem mala, trabalhador a tôa...

Poesias meio prosas, e eram os ventos, e eram as rosas.
Dava pra ficar ali a vida inteira,
meio esquecido e grudado, que nem imã de geladeira...

E é pele de brisa... São olhos de céu... Pés
de pássaro...


É tudo isso!? É tudo isso sim!

Guarde-me. Paz-me,
que é isso demais dentro de mim...

* para Ana e Júlia (Dúia)